
O maior risco estrutural do Brasil é a consolidação de um Leviatã assistencialista: um Estado inchado, oneroso e improdutivo, que sustenta milhões de brasileiros em idade ativa sem oferecer caminhos reais para sua reintegração no mercado de trabalho. A educação fracassa, a produtividade estagna e a dependência se cristaliza.
Trata-se de uma escolha populista, guiada por ganhos políticos imediatistas. Programas de transferência de renda se multiplicam, enquanto as causas profundas da exclusão econômica permanecem intocadas.
Não se trata de condenar a assistência em si. Políticas como o BPC são exemplos bem estruturados, voltados a quem de fato não pode mais produzir. O erro está em aplicar essa lógica ao Bolsa Família, estendendo um modelo de amparo incondicional a milhões de famílias em idade produtiva, sem exigir ou oferecer contrapartidas que estimulem a autonomia.
É preciso reorientar o foco: da manutenção da dependência para a construção da autonomia.