Política
LULA III, À ESPERA DE UM MILAGRE

Governar, em tese, é decidir prioridades. Na prática, é fazer milagre com um orçamento cada vez mais engessado. O problema é quando já não há mais espaço nem pra milagres. Quando não há um real disponível sem carimbo, o governo ainda governa? Lula III parece saber a resposta — e não é animadora.
O próprio governo admitiu ao Congresso: em três anos, não haverá mais despesas livres. Cada centavo do orçamento estará comprometido. E mais: se nada for feito, o colapso fiscal bate à porta já em 2027. É isso mesmo — colapso. E o que está sendo feito para evitar? Nada. Absolutamente nada.
O motivo é o de sempre: eleição. Com 2026 no radar, Lula parece mais preocupado em agradar do que em governar. Cortar gastos seria um suicídio político — então ele prefere entregar bondades: isenções, crédito fácil, programas com nome bonitinho e efeito de curto prazo. Um pacote de popularidade com prazo de validade marcado.
Só que o eleitor também faz conta. E a conta não fecha. A economia vai se deteriorando no ritmo de sempre — lenta, mas firme. Não causa pânico agora, mas vai cobrar o preço lá na frente. E se Lula seguir nessa toada, não só deixará o país à beira de um abismo fiscal, como terá enterrado suas chances de reeleição. Porque prometer mais do mesmo quando não há mais dinheiro simplesmente não cola.
Pior: ele aposta que o Congresso vai colaborar, que o cenário externo vai ajudar, que o tempo vai resolver. Mas depender do que não se controla é sempre um jogo perigoso. E, por enquanto, Lula está jogando mal.
Reeleição? Com essa estratégia, só com mágica. Ou milagre. Mas nem o orçamento permite mais isso.