Política
A fadiga do poder e o “Fato Biden” que ameaça o projeto de Inácio

A mais recente pesquisa Genial/Quaest trouxe um sinal inequívoco: 59% dos brasileiros não querem ver o presidente Inácio disputando a reeleição em 2026. O dado vai além da estatística — é o retrato de uma fadiga crescente com um governo que prometeu renovação em 2022, mas hoje se apoia na lembrança do passado para justificar o presente.
O recado das ruas é claro: o eleitor não enxerga futuro em Inácio, mas sim um retorno ao passado. A percepção de envelhecimento — físico, político e simbólico — ganha força e passa a pesar nas avaliações. O desgaste não é apenas pessoal, é geracional. O país mudou, as prioridades mudaram, mas o discurso do governo parece preso a outra década, repetindo fórmulas que já não empolgam.
Esse fenômeno tem nome no cenário internacional: o “Fato Biden”, em alusão ao presidente americano Joe Biden, que enfrentou forte rejeição por causa da idade avançada e da sensação de representar um ciclo encerrado. No Brasil, a analogia se encaixa perfeitamente. O eleitor olha para Inácio e vê o mesmo roteiro se repetir — promessas de mudança, discurso social e uma máquina pública cada vez mais cara, lenta e dependente de propaganda.
Em 2022, o governo prometeu “reconstruir o país”. Três anos depois, o que se observa é uma nação exausta de impostos, de favores e de narrativas. O desemprego “em queda” se explica mais pela metodologia do que pela produtividade real. O crescimento econômico é raso, o poder de compra derrete e a confiança, que já foi o principal capital político de Inácio, se transforma em desconfiança.
A rejeição apontada pela pesquisa não é apenas um número contra o Palácio do Planalto — é um alerta de que o eleitor quer virar a página. O país pede renovação, ideias novas, lideranças capazes de falar sobre o amanhã, e não sobre glórias passadas.
O “Fato Biden”, ao que tudo indica, pode se tornar o divisor de águas da política brasileira em 2026. Assim como os americanos se perguntaram se Biden ainda representava o futuro, o eleitor brasileiro começa a questionar se Inácio ainda tem algo novo a oferecer — ou se insiste em governar um país que já seguiu em frente.