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Política

Quando faltam soluções estruturais, sobra populismo: o Brasil de Inácio diante da crise com os EUA

Em tempos de crise, o que se espera de um presidente é postura de estadista. Alguém capaz de enxergar além do imediatismo das manchetes e buscar soluções estruturantes para os problemas profundos do país. Infelizmente, o que se vê no governo de Inácio é justamente o oposto: uma retórica populista, centrada em políticas paliativas, sem qualquer sinal de um projeto real de transformação nacional.

Como bem observou Roberto Mangabeira Unger, professor de Harvard e ex-ministro dos governos petistas, um verdadeiro estadista, diante do embate comercial entre Brasil e Estados Unidos, não estaria preocupado em alimentar discursos inflamados, mas sim em extrair vantagens estratégicas dessa crise. Em vez de bravatas e pronunciamentos em tom de campanha, estaríamos vendo o presidente articular medidas para fortalecer a economia do conhecimento, a capacitação produtiva da população e a competitividade do país.

Mas não é isso que ocorre. Em plena tensão diplomática com os EUA, Inácio sobe ao palanque em uma inauguração de usina termoelétrica e prefere anunciar mais um programa assistencial – o “Gás para Todos” – do que apresentar qualquer proposta estruturante. A promessa de ampliar a distribuição de gás para 17 milhões de famílias é mais uma tentativa de resposta emergencial, sem nenhum compromisso com a emancipação social dessas pessoas.

A lógica do governo segue sendo a de distribuir recursos orçamentários como forma de mitigar os efeitos da pobreza, em vez de enfrentar as causas estruturais que a perpetuam. Ninguém discute a necessidade de socorrer os mais vulneráveis – isso é obrigação de qualquer governo civilizado –, mas transformar essa compensação em política de Estado, em substituição à geração de riqueza, é o caminho certo para o atraso.

O Brasil não saiu do mapa da fome porque enriqueceu; saiu porque despejou dinheiro público sobre a miséria. O problema é que essa conta não fecha eternamente. E enquanto outras nações disputam protagonismo global com inovação, educação de ponta e investimento em ciência e tecnologia, o Brasil parece estacionado em um modelo que prioriza o assistencialismo como fim em si mesmo.

A pergunta de Mangabeira Unger, ao mesmo tempo simples e devastadora, ecoa com força: se o Brasil tivesse hoje um estadista na presidência, o que ele estaria fazendo? Certamente, não estaria em campanha.

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