
A taxa de desemprego do Brasil recuou 4,3 pontos percentuais em 1 ano. A queda foi maior do que nos países do G20. O índice chegou a 10,5% no trimestre encerrado em abril de 2022, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
O desemprego atingiu o menor nível desde 2016. Em comparação com o trimestre de fevereiro, março e abril, foi a menor taxa desde 2015.
A atividade econômica foi impactada pela pandemia de covid-19 e, mais recentemente, pela guerra entre Ucrânia e Rússia. Os novos casos do coronavírus no mundo, que fizeram a China adotar medidas de lockdown, também têm efeito na economia global.
Dos integrantes do G20, 18 registraram redução de taxas em 1 ano. A maior queda é do Brasil.
Os dados mostram que Índia (-4,1 p.p.) e Argentina (-4 p.p.) vem logo na sequência. Apesar do recuo, o Brasil ainda tem a 4ª maior taxa de desemprego no grupo. Apenas África do Sul (35,3%), Espanha (13,7%) e Turquia (11,5%) têm índices piores.
Em números absolutos, o Brasil tem 11,3 milhões de desempregados. A mínima na taxa de desocupação foi registrada em dezembro de 2013, quando esteve em 6,3%. A máxima, em março de 2021, aos 14,9.
A população desocupada chegou a 11,3 milhões de pessoas no trimestre encerrado em abril, queda de 5,8% em relação ao trimestre anterior, de novembro de 2021 a janeiro de 2022.
O recuo representa uma diminuição de 699 mil pessoas que procuram emprego. Na comparação com o trimestre encerrado em abril de 2021, o número de desocupados caiu 25,3%, ou 3,8 milhões de pessoas.
DESEMPREGO & ELEIÇÕES
Analisados os dados sobre a desocupação antes do período eleitoral. O desemprego avançou com todos os presidentes: no governo Fernando Henrique Cardoso, no 1º mandato de Luiz Inácio Lula da Silva, no 2º mandato de Dilma e com Temer.
As únicas vezes em que o desemprego caiu no início do governo a 3 meses das eleições foram no 2º mandato de Lula (2006-2010) e no 1º mandato de Dilma (2011-2014).
O percentual de desempregados deve cair novamente com o presidente Jair Bolsonaro (PL). Em julho deste ano, mês anterior ao início da campanha eleitoral, a taxa deverá ficar abaixo da registrada em dezembro de 2018 (11,7%).
A série histórica da metodologia de cálculo da taxa de desemprego atual começou em 2012. Para os anos anteriores, foram considerados os dados do IBGE vigentes em cada época, comparados ao índice anterior do início da gestão e com a de 3 meses antes do pleito.