Não vou aqui analisar quem foi o maior responsável pela “tragédia” na composição da majoritária governista. O tripé Lula, Rui Costa e Jaques Wagner, cada um no seu estilo, falhou. ACM Neto, penhoradamente, sem fazer nenhum tipo de esforço, agradece. Só faltou dizer um “muito obrigado”. Quem tinha poucas prefeituras, pode agora, pelo menos é o que pressupõe, contar com as mais de 100 cujo gestores foram eleitos pelo PP de João Leão ou são ligados ao vice-governador, que vai integrar a chapa de oposição como candidato ao Senado da República, em uma disputa acirrada com o senador Otto Alencar (PSD), postulante à reeleição. Todo esse imbróglio na base aliada começou com uma conversa do ex-presidente Lula com Gilberto Kassab, dirigente-mor nacional do PSD. O petista propôs a Kassab que Otto seria o candidato a governador em troca do apoio do partido à sua candidatura logo no primeiro turno, o que terminou provocando mais confusão na base de sustentação política do governo. Rui Costa passou um bom tempo dizendo (ou insinuando) que não abriria mão de disputar o Senado, o que causou um começo de insatisfação com o grupo de Otto Alencar, contrário que ele deixasse sua reeleição para ser o adversário de Neto na sucessão estadual. Por último, veio Jaques Wagner. Sua declaração de que Rui Costa cumpriria o mandato até o fim, dando um chega pra lá em João Leão, depois de tudo acordado, foi a pá de cal no entendimento para resolver o pega-pega no governismo. Não agora, já que é imprescindível passar para o eleitorado que tudo está sob controle, que as intrigas ficaram para trás, que todos estão unidos em torno de Jerônimo Rodrigues, o escolhido do lulopetismo para disputar o governo do Estado. Mas lá na frente, se o secretário estadual da Educação sofrer uma derrota acachapante, a discussão sobre quem foi o maior culpado por entregar de bandeja a eleição de Neto, que até os próprios adversários consideram como irreversível, vai vim à tona. A política é mesmo impressionante. Hoje a grande disputa não é mais ACM Neto versus Jerônimo Rodrigues. É Otto Alencar versus João Leão. (COLUNA WENSE)
