O ex-governador Jaques Wagner vive seu pior inferno astral. Como não bastasse o imbróglio da sucessão estadual, tem a “companheira” Gleisi Hoffamann, presidente nacional do PT, ironicamente debochando do senador. O ex-chefe do Executivo, por duas vezes o morador mais ilustre do Palácio de Ondina, tem que entender que chegou a hora de ceder espaços mais valiosos para os parceiros da base aliada, como abrir mão da candidatura ao governo da Bahia, com a majoritária sendo encabeçada por uma liderança de um partido aliado. No caso em tela, pelo senador Otto Alencar (PSD). O lulopetismo da Boa Terra caminha para 16 anos no controle do Estado. O que é lamentável é a maneira como Jaques Wagner vem sendo descartado, com conversas na calada da noite, com articulações sorrateiras. O ex-governador merece, no mínimo, respeito. Não pode ser tratado com desdém e nem com declarações públicas que poderiam ser evitadas. Veja o que disse Gleisi Hoffamann, que não dar um passo sem consultar o ex-presidente Lula, em entrevista ao jornal O Globo : “O Jaques me cansa, já disse a ele. Ele parece estar o tempo todo tentando justificar o PT”. A declaração de Gleisi foi uma resposta à opinião do senador de que o lulopetismo precisa “vestir a sandalinha da humildade”. Wagner tem suas razões e Gleisi deve ter as delas. Mas tem um ditado popular que pode servir para que a dirigente-mor do PT seja mais comedida, não use seus arroubos de público: roupa suja se lava em casa. Concluo repetindo que Wagner não merece o que estão fazendo com ele.
(COLUNA WENSE )
